No dia 22 de fevereiro de 2015, ocorrerá a 87a cerimônia produzida
pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para premiar os melhores
atores, diretores, técnicos e filmes de 2014, o famoso Oscar. Neste ano, duas
produções lideram com nove indicações cada uma: as comédias Birdman e O Grande Hotel Budapeste.
Concorrendo às indicações de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor
Roteiro Original, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Direção de Arte, entre
outros, a produção O Grande Hotel
Budapeste parece que será um dos destaques na noite das premiações.
Potencial para isto esta trama tem.
Com direção do americano Wes Anderson, o filme narra a história de um
escritor (Jude Law) relembrando os momentos de quando ele se hospedou no Grande
Hotel Budapeste, localizado nas montanhas da fictícia República de Zubrowka, e
conheceu o proprietário do estabelecimento, o senhor Moustafa (F. Murray
Abraham). A partir de então, inicia-se realmente o contexto principal do filme,
quando Moustafa conta ao escritor como se tornou dono do hotel.
O público é remetido então a um passado ainda mais remoto, no ano de 1932,
quando o Moustafa jovem (Tony Revolori) era o mensageiro do Grande Hotel
Budapeste e obedecia as instruções do Monsieur Gustave (Ralph Fiennes), um gerente
com pinta de galanteador que satisfazia sexualmente as senhoras – muito mais
velhas do que ele – que se hospedavam no
hotel e se sentiam carentes.
A vida de Gustave e seu mensageiro mudam completamente quando uma das
senhoras morre, deixando um quadro de altíssimo valor para o gerente. Todavia,
quando ele e seu mensageiro vão até a casa dela para a leitura do testamento, o
filho dela (Adrien Brody) fica furioso ao descobrir o bem que sua mãe havia
deixado para o Monsieur. Dá-se início então a altas confusões envolvendo
principalmente Gustave, Moustafa e a família da idosa.
O Grande Hotel Budapeste não é daquelas comédias do estilo besteirol
rodadas a exaustão nos telões, produzidas principalmente pelos norte-americanos
– e que ultimamente também vem sendo copiadas em peso pelo mercado
cinematográfico brasileiro – mas sim uma comédia simples, inocente, envolvente
e que faz alusão ao tipo de humor cinematográfico visto em gênios dos telões e
das telinhas como Charlie Chaplin, Os Três Patetas, O Gordo e o Magro e os
Irmãos Lumière (pioneiros do cinema), entre outros: a comédia pastelão – gênero
humorístico marcado pelas trapalhadas dos personagens que vivem metendo-se em
confusões, as quais se apresentam muito mais na expressão corporal dos
artistas, do que em suas falas. Seus roteiros geralmente são simples e
facilmente arrancam risadas das plateias.
Além disso, a vivacidade das
cores presente nesta trama é outro aspecto positivo a ser considerado,
contribuindo para atrair ainda mais a atenção dos telespectadores em razão das
belíssimas fotografias, as quais, juntamente com o desenrolar da história,
formam a conjunção perfeita para envolver o público do começo ao fim, sem
chance para dispersão. Outro aspecto no qual esta
produção acerta em cheio se refere aos diversos enquadramentos trabalhados nas
cenas, numa grande brincadeira cinematográfica, em sintonia com o humor leve e
descontraído.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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